O influenciador Felca (Felipe Bressanim Pereira) provocou uma das maiores discussões do ano ao publicar, em 6 de agosto de 2025, o vídeo “Adultização”, que denuncia a exploração e sexualização de crianças nas redes sociais. Com quase 50 minutos de duração, a produção viralizou e já ultrapassa 36 milhões de visualizações, tornando-se um marco no debate sobre a responsabilidade das plataformas digitais.
Conteúdo do vídeo “Adultização”
No vídeo, Felca expõe como algoritmos de redes sociais estimulam a exposição de menores em busca de engajamento e lucro. Entre os alvos das denúncias está o influenciador Hytalo Santos, que acabou tendo suas redes sociais suspensas por decisão judicial poucos dias após a repercussão.
Felca alerta para a ausência de fiscalização, mostrando que conteúdos nocivos circulam livremente e impactam milhões de usuários, inclusive adolescentes.
Impacto político imediato
A reação foi rápida:
- Janja Lula da Silva afirmou que “o risco é seríssimo” e defendeu regulação urgente.
- O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), prometeu votar ainda este mês projetos de proteção de crianças online.
- O ministro Rui Costa (Casa Civil) confirmou que o presidente Lula enviará ao Congresso projeto de lei para regulamentar redes sociais e big techs.
A repercussão uniu parlamentares de direita e esquerda, embora divididos entre defesa da regulação e críticas por suposta censura. Enquanto a esquerda defende regulação das plataformas, a direita critica o vídeo como “cortina de fumaça” para censura.
Decisão do STF fortalece regulação
Em junho de 2025, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que as plataformas digitais respondem pelos conteúdos publicados por seus usuários. O tribunal destacou que liberdade de expressão não é ilimitada e não pode justificar crimes como discurso de ódio, pedofilia ou fake news.
Essa decisão será publicada oficialmente em setembro e servirá como base jurídica para o projeto de lei do governo federal.
Censura ou proteção?
O debate também ganhou repercussão internacional. O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou o Brasil de “censurar perfis” e usou o argumento para justificar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Lula, em resposta, disse que a regulação não é censura, mas “um mínimo de procedimento para proteger crianças, jovens e adultos”.
O que muda para o marketing político?
Com a regulamentação das redes, será preciso maior transparência em anúncios políticos, fiscalização de conteúdos patrocinados e regras claras sobre discurso de ódio e desinformação. Sem falar nas notícias falsas e conteúdos feitos por Inteligência Artificial. Mas o debate está longe de acabar e promete render muita discussão e um olhar mais apurado dos profissionais da área.
Para quem trabalha com marketing político e comunicação digital, isso significa adaptar estratégias a um ambiente mais controlado e com maior responsabilização legal.