Da infância à vocação para a política
Aos seis anos, Juarez Guedes já demonstrava fascínio pela política. Em 1989, durante a primeira eleição direta para presidente após a ditadura militar, o Brasil vivia um momento de efervescência política. O até então desconhecido marketing político ganhava espaço nos lares brasileiros por meio do horário eleitoral gratuito e dos primeiros debates televisionados — muitos hoje disponíveis no YouTube.
Influenciado pelo avô e imerso nesse ambiente, Juarez descobriu cedo sua vocação.
Formação e reconhecimento internacional
Graduado em Publicidade, com especialização em Marketing Político pela Universidade Católica Argentina (UCA) e formação em Gerenciamento de Campanhas Eleitorais pela George Washington University, Juarez se consolidou como um dos principais estrategistas políticos do país.
Sua trajetória inclui coordenação de campanhas majoritárias e proporcionais em várias regiões do Brasil, além de prêmios internacionais como:
- Napolitan Victory Awards (EUA)
- Polaris Awards (Europa)
- Prêmio CAMP de Democracia
Em 2023 e 2024, foi incluído na lista dos 100 profissionais mais influentes do marketing político mundial pela revista americana Washington COMPOL.
Saúde mental na política: um alerta pouco falado
Conciso nas palavras e direto nas posições, Juarez destaca um ponto crucial: o impacto da campanha na saúde mental.
“Na campanha a gente perde cinco anos de vida. É um mergulho profundo. Sempre alerto: o que para você pode ser só trabalho, para o candidato é a vida.”
Do “Lula Lá” ao calor das ruas
Ao recordar 1989, Juarez cita os ícones daquela eleição: o jingle “Lula Lá” e as duas letras “L” estilizadas no nome de Fernando Collor, então eleito presidente.
Esse calor do debate nas ruas segue como sua maior motivação. Para ele, a parte favorita de uma campanha é o diagnóstico em campo, ouvindo as pessoas na pré-campanha.
Transformações das campanhas eleitorais
Suas primeiras experiências foram em campanhas de órgãos de classe, como a OAB. O sucesso levou-o rapidamente à política partidária. Hoje, observa mudanças radicais:
“Antes você contava uma história e repetia. Hoje, a campanha é multifacetada, segmentada em vários canais. O desafio é conquistar uma maioria cansada da política.”
Segundo Juarez, o diferencial é a curiosidade: sair da zona de conforto e buscar novas referências.
TV, internet e eleições 2026
Mesmo apaixonado por televisão, ele admite que a TV perdeu espaço nas campanhas:
“A TV continua forte, mas não entendeu a nova dinâmica. Inserções curtas são muito mais eficazes do que programas longos diários.”
Sua aposta para as eleições de 2026: a retomada da energia das ruas como força central das campanhas.
Campanhas no Nordeste e criatividade popular
Para Juarez, o Nordeste tem um diferencial:
“O nordestino simplifica a emoção. As campanhas são mais musicais, menos rebuscadas e mais vividas no dia a dia.”
Esse calor humano, segundo ele, explica o sucesso de campanhas criativas na região.
Mercado internacional e desafios do futuro
Colecionando prêmios e cases no Brasil e no exterior, Juarez alerta sobre o preconceito contra brasileiros no mercado latino — justamente pela qualidade superior do trabalho nacional.
Apesar disso, vê o exterior como um Oceano Azul de oportunidades, mas aponta riscos:
“A ascensão dos políticos digitais deixou os mais velhos desesperados. Muitos profissionais atuam sem antes buscar uma verdadeira profissionalização.”
Para Juarez Guedes, a política é como um ateliê de alta costura: exige curiosidade, paixão, atenção e talento. E é exatamente essa combinação que faz dele um dos nomes mais respeitados do marketing político brasileiro e internacional.
Atuação institucional
Além de campanhas eleitorais, Juarez exerce funções estratégicas em entidades do setor:
- Diretor Norte-Nordeste do CAMP (Clube Associativo dos Profissionais de Marketing Político)
- Diretor de Sustentabilidade da ABRADI (Associação Brasileira de Agências Digitais)
- Diretor de Expansão do Sinapro-PB (Sindicato das Agências de Propaganda da Paraíba)